- 08/02/2021
- escrito por: Araia & Bolzan
- Categoria: Blog
Em 14 de janeiro de 2021, tivemos em Manaus (AM) o ápice de uma calamidade sem precedentes no que se refere à falta de oxigênio nos hospitais da cidade e, posteriormente, em outros locais do estado.
Naquele instante, muitos indagavam quem teria deixado chegar a esta situação tão crítica sem que nenhuma providência tivesse sido tomada, acarretando na morte de muitas pessoas por asfixia.
Pois bem, enumero cinco pontos que deixam claro onde está o problema para essa trágica situação:
1. Com mais de 30 anos trabalhando neste setor e com muito conhecimento das práticas aplicadas pelos grandes fornecedores de gases industriais e hospitalares, afirmo sem qualquer dúvida que a White Martins avisou às autoridades sobre o aumento exponencial do consumo e da possível falta do produto para abastecer os hospitais.
2. A White Martins é extremamente preparada em termos logísticos e sabe muito bem as difíceis condições para abastecer o mercado de Manaus, principalmente, se tiver que trazer produto de outros estados brasileiros com plantas de produção.
3. A produção de oxigênio naquele estado não chega a 30 mil metros cúbicos por dia, contabilizando a produção da White Martins, Carbox e Nitron. Por outro lado, a demanda pelo produto alcançou praticamente 75 mil metros cúbicos por dia no auge da calamidade.
4. A White Martins formalizou o comunicado de alerta com 1 semana de antecedência, mas certamente já havia avisado antes disso e, diante da omissão, resolveu colocar por escrito. É difícil julgar, mas se tivessem tomado providências já nesta data, o drama não teria atingido proporções tão críticas.
5. Quando se trata de vidas, não se pode economizar e nem ter posições ideológicas, pois transportar oxigênio líquido em aviões Hércules da FAB e trazer este gás liquefeito em caminhões da Venezuela ainda são as melhores opções, pois existe uma estrada rodoviária que liga a Venezuela e a cidade de Manaus.
Provavelmente, as autoridades não tomaram as providências necessárias a tempo devido à falta de conhecimento sobre o assunto. De toda forma, esperamos que uma situação como esta não ocorra mais, não apenas no que se refere ao oxigênio, mas em qualquer outra situação nesta que já é a mais grave crise sanitária já vivida no país e no mundo.
Por Sérgio Araia, sócio diretor da Araia & Bolzan